quarta-feira, novembro 30, 2005

Crucificação

Ia usar a expressão “batemos no fundo”, mas como não gosto nada dela – ou nunca batemos no fundo, ou isto é uma bola elástica porque estamos sempre a bater no fundo e no tecto – não a vou usar! (esta técnica de não dizer, dizendo é excelente! Ainda vou a Belém …)
Isto de estar mais por casa, tem riscos! Ontem de manhã, enquanto fazia zapping, dou comigo a ver a Cinha Jardim e a Lili Caneças (calma, não desistam: isto vai piorar!) a discutir o problema dos crucificados crucifixos nas escolas! Não fosse tudo isto suficientemente deprimente e fortemente indutor do vómito, quer pela ridícula relevância dada ao tema, quer pela “elevada” formação em sociologia e outras ciências humanas das interlocutoras, adivinhem lá quem era o moderador deste interessantíssimo debate?! Oh yeah, Manuel Luís Goucha, esse vulto cultural, isento e ponderado como poucos!
Entre chamar Árabes aos muçulmanos, sentimentos de algum saudosismo pró-Estado Novo, frases feitas sob “pseudo” liberdade religiosa, ridículas concepções sobre o efeito das cruzes nas paredes sob a religiosidade das crianças, foram tantos os disparates que tendo a considerar este momento, o melhor momento de humor do meu dia de ontem!

domingo, novembro 27, 2005

N de ...

Hoje, se permitem, faço-vos uma sugestão televisiva, não de um programa em particular mas sim de um canal. Trata-se da RTP N. Depois várias ondulações quanto ao conceito e conteúdo, o canal está hoje “maduro” (não fosse o logótipo “tinto”) e oferece um excelente serviço. Alia a sobriedade e qualidade da informação com a chancela da casa mãe RTP a uma, aparentemente complexa, emissão dividida pelos centros de produção de Lisboa e Porto de que resulta uma interactividade interessante, quer em termos de imagem quer em termos de cobertura jornalística. Servida por novos e agradáveis rostos, junta informação noticiosa tradicional (actualizada ao longo do dia) a magazines e programas temáticos muito interessantes, dos quais destaco o novo debate diário “Choque ideológico”. Penso ser uma boa alternativa ao conceito de notícias “24 horas por dia e em português”, sem o ar pretensioso que tanto abunda na SIC Notícias.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Não havia necessidade ...

Adepto confesso e professante do F. C. do Porto, é com alguma tristeza que vejo o clube adoptar atitudes quase “pidescas” de apresentar queixas contra os adversários, por factos não directamente relacionados com os nossos jogos. Se é certo que isto esteja relacionado com as lacunas dos órgãos reguladores do futebol nacional é triste ver o meu clube com atitudes que nada têm que ver com o espírito da cidade e região que, tão bem, o clube tem sabido encarnar. É caso para dizer, não havia necessidade … e eu não poso deixar de discordar deste tipo de orientação estratégica.

domingo, novembro 20, 2005

Ibéria

Em fim-de-semana de cimeira luso-espanhola, por cá, poucos são os que resistem a comparar os dois países da península ibérica. Das comparações, feitas por mentes mais ou menos brilhantes e baseadas em pressupostos mais ou menos válidos, Portugal fica, quase sempre, a perder. De facto, e apesar das inegáveis semelhanças entre os dois povos, há substanciais diferenças entre os dois lados da fronteira. Entre muitos destaco uma, talvez a mais significativa de todas. Lá não perdem tempo nem energias a dizer que vendem o país à França quando as coisas não correm de feição!

quinta-feira, novembro 17, 2005

Um dos mais dedicados do mundo

Albino Aroso foi considerado um dos 65 médicos mais dedicados do mundo. A distinção vem do seu trabalho no Ministério da Saúde e como médico, pioneiro no muito que de bom tem a Saúde Materno-Infantil em Portugal, particularmente no que se refere ao Planeamento Familiar. O seu contributo inicial fez com que o nosso país descolasse de números vergonhosos no que diz respeito à mortalidade infantil para, hoje em dia, se colocar no distintíssimo pelotão da frente no que a estes índices concerne. Como cidadão, como português e como médico não posso deixar de me regozijar com esta digna e, não menos que justa, distinção.

terça-feira, novembro 15, 2005

Scorsese leva história de Portugal ao grande ecrã

O realizador norte-americano vai levar a cabo um filme baseaso no livro "Silence" que retrata a história de padres católicos portugueses em terras do sol nascente com propósito de evangelização.

Não é a estória da nossa história que eu escolheria para um filme, mas ainda assim é uma excelente notícia.

Quanto a mim:
"Cantando espalharei por toda a parte
Se a tanto me ajudar o engenho e a arte"

Links úteis:
"Silence"
International Movie Database - Martin Scorsese
Notícias online: 1 2

domingo, novembro 13, 2005

Coisas que não percebo

  1. Melhor guarda-redes de um dado continente, não é guarda-redes de um país parte desse mesmo continente - "Teimosia ou a jangada de pedra futebolística?"
  2. Treinador despedido é eleito melhor treinador do ano - "O princípio da injustiça terrena face à iluminação tida como divina"

quarta-feira, novembro 09, 2005

A mais pequena estória de amor

Era uma vez um rapaz que disse a uma rapariga:
- Casas comigo?
A rapariga respondeu:
- Não! - E o rapaz, saiu, foi ao futebol, saiu com os amigos, bebeu as cervejas que quis e foi feliz para sempre ...

PS: e para que não seja atacado por feministas enfurecidas, sob a acusação de machismo primário aqui fica o politicamente correcto contraponto: curso para homens!

domingo, novembro 06, 2005

Pessoas humanas

Sempre espumei pela boca quando ouvia esta expressão! Sempre achei um disparate! Para mim era um pleonasmo desnecessário: as duas palavras sempre valeram o mesmo para mim!
Hoje, no entanto, a expressão ganhou subitamente um novo sentido para mim.
O factor desencadeante foi uma notícia, vinda de uma região da qual a maioria das notícias me deprime: os pais de uma criança palestiniana doaram os órgãos do seu filho, assassinado pelo exército israelita, a uma criança israelita, como manifestação a favor da paz. Ao escrever estas palavras confesso-me ainda algo emocionado. Enquanto uns se matam nas ruas, ao mesmo tempo que outros tantos se vangloriam pelos seus filhos se terem suicidado e, com isso, matado umas dezenas de "inimigos", há pessoas cujas atitudes parecem quase irreais: despojados dos mais naturais instintos humanos como o desejo de justiça, simbolizam o que de mais humano têm as pessoas.
Agora penso que, se é certo que todas as pessoas são humanos (e vice-versa), parece que há uns que o são a um nível ao qual eu, humano, julgo não conseguir aceder.

sexta-feira, novembro 04, 2005

1.000 milhões

Viram:

É obra!

quarta-feira, novembro 02, 2005

Mentalidades

Hoje tive que ir resolver um problema que me tirou a tranquilidade nos últimos dois dias. Problema de cariz burocrático, com consequências eventualmente graves, mas para o qual não contribui...
Para a resolução do problema contei com a disponibilidade e eficácia da sercretária do meu director de serviço, que também não tinha relação nenhuma com a origem do problema.
Uma vez resolvido o problema, senti necessidade de agradecer à senhora pela forma como me tentou ajudar. Face ao meu "obrigado", a senhora mostrou-se "sempre ao dispor", mas com aquele olhar de espanto por alguém se ter dado ao trabalho de agradecer pelo aquilo que, provavelmente, considera sua obrigação.
Pois, eu acho que deve ser mesmo assim. As pessoas têm que sentir reforço positivo por serem eficientes. É certo que talvez fosse mesmo a obrigação dela, mas isso não diminui em nada o mérito do seu desempenho. Talvez, se aqueles que desempenham as suas obrigações de uma forma correcta se sentirem gratificados (ainda que por gestos simbólicos), as coisas mudem, mais não seja por imitação.